O PROCESSO – FRANZ KAFKA

Imagens de Josef K. viajam como Ulisses entre „ajudantes“ traiçoeiros por 14 telões. Primeiro, entra a mentirosa cantora  Bürstner com a misteriosa mentora Montag, seguidas por Lena (garota de moral duvidosa), metida em uma série de vigarices em torno do tribunal.


Nem o irmão de Josef – um traficante de drogas, é a pessoa certa para ajudar no processo e o elemento mais corrupto é o juiz investigador. Nem mesmo o amigo pessoal do juiz, o pintor Titorelli, serve para defender Josef. Até ele é parte da roda gigante de intrigas da corte. Um desesperado e exausto Josef K. acaba se encontrando com o capelão e pede ajuda a ele (como a um espírito).


Ouve do capelão que não utilizou de todas suas possibilidades legais. Que tinha que ter quebrado algumas regras, mesmo que durante todo o processo tenham lhe convencido que quebrar regras o prejudicariam. Josef K. acusa o capelão de, mancomunado com os outros criadores de uma ordem mundial baseada na mentira, da qual Josef K. se tornou vítima.


O caminho da liberdade de Josef é, no fim, sua admissão de culpa. Mesmo nunca tendo sido acusado, se sente culpado. A guilhotina passa a ser vista por ele como um alívio e se prepara para a morte. No entanto, quando a guilhotina não o mata, se sente enganado. Desesperadamente se recusa a voltar à vida e ciclo de seu processo.